segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tim Festival 2007 - São Paulo

Semana passada fui ao Tim Festival, na chamada "Arena Anhembi", que não passa do estacionamento do Anhembi. Como sempre, o que prevaleceu foi o "evento" sobre os shows, o gigantismo de marca que prefere entulhar diferentes bandas em horas intermináveis de shows a apresentar boas e enxutas performances.

Cheguei às 20hs e o último show acabou às 5 hs da 2a feira. Totalmente non sense e cansativo. A mescla de bandas também não funcionou. As duas primeiras não tiveram grande público e muita gente não entendeu o show da Bjork. Seria muito mais coerente colocar uma só noite com Julliete and The Licks, Arctic Monkeys e The Killers, alocando os demais para outros locais e dias. Preferia ter visto Bjork numa outra circunstância, num outro clima.

A organização pecou, como usualmente ocorre em eventos de grande porte. Os banheiros eram péssimos: os químicos são sempre ruins, e o contruído - já existente no local - esteve quase sempre alagado. Havia uma grande fila do lado de fora, mas, embora andasse bem, ficou estranho perceber que a partir do acesso à arena em si quase não havia ninguém. Difícil de entender por que não houve organização da fila desde fora. E antes do show do The Killers todas as bebidas acabaram - refresco só a água de torneira do banheiro. Aqui, no blog da Ilustrada, da Folha, reclamações sobre isso e resposta da organização.

Shows

Não vi o 1º show, do Spank Rock, e o 2º, do Hot Chip, vi, mas achei ruim, uma maçaroca sonora. E por problemas no som saíram do palco repentinamente, por cerca de 20 minutos, para voltar depois – comprometeu ainda mais sua apresentação.

- Björk

Vou comentar num post à parte, depois.

- Juliette and the Licks

Foi quase unânime que o show dela foi ótimo. Eu disse quase unânime. Eu já achava, antes de começar, que ia ser fraco, como foi. A banda e ela são esforçadinhas, mas acho a música fraquíssima e ela, vocalmente, também. Só que ela usa a cartilha básica do rock: berrar muito, se jogar no chão, rebolar, mostrar a bandeira do Brasil, ser simpática com o público, puxar o saco das bandas seguintes. E isso engana muita gente. Vou dar uma colher de chá: foi até um show legalzinho, mas fraco de uma maneira geral.

- Arctic Monkeys

Continuo achando excessivos os elogios à banda. É apenas OK. Alguns riffs e músicas até me lembram alguma coisa do Autoramas aqui do Brasil. Mas o show prova um pouco o porquê de tantos elogios: é muito bom, e muito, mas muito melhor que os discos. Foram diretos, fortes, sem lengalenga, sem demagogia com o público. Musicalmente continua não em atraindo, acho repetitivo, o vocal monótono, guitarras em geral fracas, meio “velho” demais, mas provou sua qualidade ao vivo.

- The Killers

Show comprometido por começar às 4 da manhã. Havia vários fãs da banda, então jogaram para torcida. Achei muito ruim. Tinha curiosidade de vê-los, mas parece que só “Somebody Told Me” é boa – e olhe lá. O resto é péssimo, muito brega, popinho barato. O show foi cheio de breguices e excessos - parece que eles querem ser o Queen. Mas não têm um Freddie Mercury. Nem um Brian May. Nem um John Deacon. Nem um Roger Taylor. E nem as música do Queen. No final das contas parece ser uma banda que quer apenas (se) divertir, sem grandes pretensões. Mas até a despretensão tem limite.



Um comentário:

  1. Não fui, mas o relato serve para qualquer evento desse porte no Brasil. O problema é que quem gosta aceita a má qualidade do evento, em nome do artista. Uma pena.

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