sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
White Stripes, Icky Thump e a unanimidade burra
sábado, 15 de dezembro de 2007
Um Bom Ano - Ridley Scott
Um grande diretor é capaz de fazer muito com pouco e acho que Ridley Scott conseguiu nesse filme. Não é só pela história e diálogos que se faz um filme, mas também pela fotografia, condução e montagem do mesmo, e é aqui que reside sua virtude. O diretor faz um belo contraponto entre o visual etéreo, monocromático, artificial do trabalho do personagem - um ambiente acelerado num cenário de designs modernos, corporativos, descartáveis e sem grandes contrastes - e o vinhedo francês que é quente, cheio de cores, cheiros, comidas de sabores distintos, com iluminação viva, tudo num ambiente contemplativo no qual cada canto, cada móvel tem sua história.
É o ponto alto do filme, pois mesmo sem se estar lá para comer, beber ou sentir os cheiros e o clima, é possível absorver isso tudo só assistindo. É o motivo de eu achar filme uma delícia. E o modo como são montadas as lembranças contidas na memória afetiva do personagem por meio de aromas, visões e sensações ajuda a dar um clima caloroso e aconchegante à película. Além das belas mulheres, claro.
São significativas duas seqüências: quando Francis Duflot (Didier Bourdon) diz que Henry afirmara que o sobrinho não era mais confiável porque havia perdido a capacidade de apreciar os pequenos prazeres da vida. E a da reunião final de Max com seu chefe, que se gaba de ter um Cézanne original, mas que fica guardado em seu cofre. O personagem de Crowe pergunta: “Quando você vê o quadro original”? O velho e infinito conflito "ter x ser".
Ainda que não seja um filme genial e tenha falhas, é despretensioso, toca em pontos interessantes e expressa muito bem uma gama diversa de sensações via imagens. Repito: já é um dos meus preferidos. É uma delícia.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Steve Vai - Bourbon Street - 06 de Novembro de 2007
No início do mês passado Steve Vai fez mais um ótimo show em São Paulo, no Bourbon Street. Apesar do palco ser baixo demais - quase não vi sua guitarra - foi sensacional vê-lo num lugar pequeno, só com fãs, podendo até ouvir instrumentos de forma quase "pura", sem o PA - por muitas vezes foi possível sentir a bateria, por exemplo.
Ele foi um dos heróis da minha adolescência e continuo gostando de sua música até hoje, embora com uma energia menor. É um fenomenal guitarrista e muito bom compositor - suas músicas são rocks vigorosos e muitas delas tem melodias, harmonia e estruturas próximas do pop, por serem bastante palatáveis, mas sem apelações. São raríssimos os guitarristas que conseguem ser tão expressivos com o instrumento - ele fala, chora, grita com ela. Há quem seja mais rápido, mais técnico, mais criativo, mais arrojado. Mas não há no rock quem fale por meio guitarra como ele.
É um músico de excessos. Em certos momentos passa do bom gosto para o brega tanto em suas roupas e atuações quanto nas músicas. Talvez por ter surgido nos anos 80 e tocado com ícones de um rock mais pomposo - como David Lee Roth e Whitesnake - tem um lado farofa que às vezes extrapola. Mas faz parte de sua personalidade - é um showman. Na apresentação do Bourbon houve até espaço para esquetes de humor - que pareciam mais uma performance num cassino em Las Vegas do que um show de rock.
Mas, musicalmente, o show do Boubon não trouxe decepção. A banda é fora-de-série, quebrou tudo, quase trouxe abaixo o local, com peso, virtuosismo e swing na medida certa. O baterista Jeremy Colson tem uma pegada roqueira - que faz juz ao seu visual de cabelo espetado e tatuagens - mas sem perder o groove. Na guitarra de 7 cordas veio o ótimo Dave Weiner, que acompanha Steve há anos. Na turnê brasileira o baixo ficou a cargo de Philip Bynoe que deu um irresistível toque funkeado à banda. A banda também tem 2 violinistas que duelam entre si e dobram melodias da guitarra: Alex DePue e a belíssima Ann Marie Calhoun, que arrancou suspiros dos marmanjos no recinto.
Foi ótimo rever músicas como "Tender Surrender", "All About Eve", "The Crying Machine" e ver pela primeira vez "Building The Church", "OOOO", "Now We Run" (a abertura), a louca "Freak Show Excess"e "Taurus Bulba" (o ato final do épico "Fire Garden Suite"). E, claro, não faltou o clássico "For The Love Of God".
Todas as fotos são de autoria de Charline Messa, via flickr
A abertura do show com "Now We Run":
E a seguir a performance de sua mais famosa música "For The Love Of God", no Bourbon:
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Paralamas e Titãs - Via Funchal - 24 de novembro de 2007
Estiva lá basicamente pelos Paralamas, de quem sou fã há tempos - segundo diz minha mãe desde que tenho 4 anos e dizia que seria roqueiro ao ouvir "Melô do Marinheiro". Crianças...Obviamente não sou um fã cego, não acho que seja a melhor banda do mundo, sei das falhas, das músicas ruins. Mas hoje também percebo certas sutilezas que não enxergava antes, como uma música aparentemente boba como "Lourinha BomBril" pode apresentar um caldeirão bem temperado de ritmos latinos. Tocaram algumas de minhas preferidas como "Caleidoscópio", "Mensagem de Amor" (ambas com Andreas Kisser) e "Ela Disse Adeus".
E ver a evolução do Herbert pós-acidente chega a ser comovente. Executou uma fantástica versão do solo de Lanterna dos Afogados, cantou suas canções e a dos outros com tranquilidade, interagiu com o público...E se confundiu-se na hora de entrar na 2a música (seria "O Calibre" e ele começou "Selvagem") não foi mais do que seus colegas. Ainda dá para ter um pouco de esperança com o ser humando.
O show contou com a participação de Arnaldo Antunes, Andreas Kisser e um emocionado Marcelo Camelo. Todas valeram mais pela celebração, pelo "oba-oba", do que pela contribuição musical.
Como nunca gostei muito de Titãs, destaco a presença de palco do Paulo Miklos e as músicas "Marvin" e "Diversão", que abriu muito bem o show. E apesar de achar a música "A Melhor Banda Dos Tempos Da Última Semana", acho a letra boa, com boas sacadas - ainda que não seja brilhante. Minha frase favorita é "Um idiota inglês é melhor que eu e vocês" que ilustra bem o quanto certa parte da imprensa celebra qualquer lixo que vem da Inglaterra, principalmente se for exaltado pela NME.
Enfim, a noite do dia 24 mostrou que mesmo que essas bandas possam ter passado do seu auge criativo podem fazer grandes shows e ainda nos apresentar boas canções pop. De minha parte, espero isso principalmente dos Paralamas.
Fonte das fotos: paulakorosue, no flickr
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Dando música de graça
O Autoramas, banda brasileira, disponibilizou toda sua discografia para download gratuito. Acho isso tudo uma depreciação da música: todo aquele trabalho da composição ao lançameto acaba não valendo nada. Mas é muito possível que essa seja a nova cara do consumo da música: de forma gratuita, ela acaba sendo sua própria divulgação. Ao invés de tocar em rádio, passar na TV, é só dar um pulo no site e baixar. Uma mídia como CD, USB e afins acaba sendo um cartão de visitas, que se entrega de mão e mão também de graça. Eventualmente os fãs mais fiéis e quem ainda trata a música com mais valor pode comprar.
Isso é reflexo da facilidade de gravação: hoje qualquer um faz música (sabendo ou não tocar um instrumento), provocando um excesso de oferta, banalização e nivelamento por baixo. É quase um paradoxo: quanto mais as pessoas ouvem músicas (youtube, Mp3 player, baixando de graça), quanto mais entram em contato com ela, menos valor absoluto ela tem, menor é impacto gerado. E ainda há uma enorme gama de concorrentes no quesito prazer: video-games, restaurantes, shows, raves, micaretas, e etc, etc, etc.
Pensando bem, no final das contas a maioria da música existente hoje realmente não vale sequer 1 centavo de real.
Aguardemos cenas dos próximos capítulos.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Björk no Tim Festival 2007
Fui para vê-la e não me decepcionei
Enquanto muitas cantoras fazem pose de diva e outras querem ser o novo ícone pop (correndo atrás de Madonnas, Britneys, Beyonces e afins), Björk é Björk. Tem personalidade única, é sempre arrojada – inclusive daí saindo seus erros. Há quem ironize suas roupas, mas será que as críticas não são por elas serem diferentes da massificação e padronização que enfrentamos?
Há os que adoram Björk – eu incluso, mas sem cegueira de fanáticos. Há quem odeie – com conhecimento de causa do “ouvi e não gostei”. E há os que dizem gostar sem nunca terem ouvido – só para tentar ser cool – e há os que dizem que odeiam sem sequer ter ouvido um disco. Björk, como toda grande artista, tem várias facetas, muitos acertos e alguns erros, claro. Incentivo as pessoas a ouvirem com atenção, sem preconceito.
Sua postura no palco consegue combinar uma delicadeza, aparente ingenuidade até, com toques de agressividade. E vê-se que ela está lá pela música, não pela exposição. Muita gente não entendeu a apresentação, talvez por estar numa noite mais roqueira, ou por ser diferente, mesmo. Cerca de metade do show foi num clima diferente do disco novo, Volta, que tem sonoridade mais agressiva e suja em boa parte das músicas. Foi mais contemplativo, intimista, mas o gigantismo do evento e da própria produção deu uma quebrada nisso. Teve espaço para Björk ora cantar apenas com teclado (que simulava um cravo), ora acompanhada pela sessão de sopro. Nesse “clima”, minhas preferidas foram “The Pleasure Is All Mine”, “Desired Constellation”, “Hunter”, “Pagan Poetry” e “Jóga”. E também houve tempo para as músicas mais agitadas, como “Earth Intruders”, a chatíssima “Innocence”, “Pluto”, “Declare Independence”, “Army of Me” e a parte final de “Hyperballad”, que, acompanhada de chuva de papel picado, quase transformou o evento numa rave, levando ao delírio até os distraídos – e provando que muita gente estava, mesmo, mais pelo evento do que pela música. Embora tenha ficado a sensação de que ela estava um pouco deslocada naquele contexto, foi um fantástico show.
Fonte das fotos(usuário wikibjork, no flickr)
domingo, 11 de novembro de 2007
Clássicos Personnalité: Erudito, Jazz e Choro
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
A "Arte" de matar um cachorro
É patético como sob a proteção das palavras "arte", "hipocrisia" e "protesto" o ser humano se permite aberrações como essa. Qual será o próximo passo? Deixar uma criança morrer de fome enquanto os visitantes tomam champagne só para protestar contra o abandono dos meninos de rua? No final, o "artista" conseguiu o que queria: ser comentado.
Para assinar uma petição on line contra sua indicação à Bienal Centroamericana Honduras clique aqui.
Tim Festival 2007 - São Paulo
Semana passada fui ao Tim Festival, na chamada "Arena Anhembi", que não passa do estacionamento do Anhembi. Como sempre, o que prevaleceu foi o "evento" sobre os shows, o gigantismo de marca que prefere entulhar diferentes bandas em horas intermináveis de shows a apresentar boas e enxutas performances.
Cheguei às 20hs e o último show acabou às 5 hs da 2a feira. Totalmente non sense e cansativo. A mescla de bandas também não funcionou. As duas primeiras não tiveram grande público e muita gente não entendeu o show da Bjork. Seria muito mais coerente colocar uma só noite com Julliete and The Licks, Arctic Monkeys e The Killers, alocando os demais para outros locais e dias. Preferia ter visto Bjork numa outra circunstância, num outro clima.
A organização pecou, como usualmente ocorre em eventos de grande porte. Os banheiros eram péssimos: os químicos são sempre ruins, e o contruído - já existente no local - esteve quase sempre alagado. Havia uma grande fila do lado de fora, mas, embora andasse bem, ficou estranho perceber que a partir do acesso à arena em si quase não havia ninguém. Difícil de entender por que não houve organização da fila desde fora. E antes do show do The Killers todas as bebidas acabaram - refresco só a água de torneira do banheiro. Aqui, no blog da Ilustrada, da Folha, reclamações sobre isso e resposta da organização.
Shows
Não vi o 1º show, do Spank Rock, e o 2º, do Hot Chip, vi, mas achei ruim, uma maçaroca sonora. E por problemas no som saíram do palco repentinamente, por cerca de 20 minutos, para voltar depois – comprometeu ainda mais sua apresentação.
- Björk
Vou comentar num post à parte, depois.
- Juliette and the Licks
Foi quase unânime que o show dela foi ótimo. Eu disse quase unânime. Eu já achava, antes de começar, que ia ser fraco, como foi. A banda e ela são esforçadinhas, mas acho a música fraquíssima e ela, vocalmente, também. Só que ela usa a cartilha básica do rock: berrar muito, se jogar no chão, rebolar, mostrar a bandeira do Brasil, ser simpática com o público, puxar o saco das bandas seguintes. E isso engana muita gente. Vou dar uma colher de chá: foi até um show legalzinho, mas fraco de uma maneira geral.
- Arctic Monkeys
Continuo achando excessivos os elogios à banda. É apenas OK. Alguns riffs e músicas até me lembram alguma coisa do Autoramas aqui do Brasil. Mas o show prova um pouco o porquê de tantos elogios: é muito bom, e muito, mas muito melhor que os discos. Foram diretos, fortes, sem lengalenga, sem demagogia com o público. Musicalmente continua não em atraindo, acho repetitivo, o vocal monótono, guitarras em geral fracas, meio “velho” demais, mas provou sua qualidade ao vivo.
- The Killers
Show comprometido por começar às 4 da manhã. Havia vários fãs da banda, então jogaram para torcida. Achei muito ruim. Tinha curiosidade de vê-los, mas parece que só “Somebody Told Me” é boa – e olhe lá. O resto é péssimo, muito brega, popinho barato. O show foi cheio de breguices e excessos - parece que eles querem ser o Queen. Mas não têm um Freddie Mercury. Nem um Brian May. Nem um John Deacon. Nem um Roger Taylor. E nem as música do Queen. No final das contas parece ser uma banda que quer apenas (se) divertir, sem grandes pretensões. Mas até a despretensão tem limite.
domingo, 4 de novembro de 2007
Björk - Hyperballad
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Por um novo pop, por uma nova música
No momento, o que dizem que "pega" no pop é o que os EUA estão escutando - o hiphop. Então haja participações do chato Timbaland, repetição de beats, idéias, conceitos - tudo fica muito igual, mas querem nos dizer que isso é o que é o bom. Qual a grande diferença musical entre Justin Timberlake, Jay-Z e Nelly Furtado? As diferenças existem, mas estão nos detalhes. As temáticas, batidas, cadências, clips e sons, se repetem. E, claro, não só no pop, em todos os estilos - até mesmo em artistas e estilos que gostamos tanto. Seria essa repetição preguiça? Um sinal dos tempos?
Digo isso, pois achei no You Tube a versão original de uma música que o Jeff Beck gravou no disco You Had It Coming, de 2000. A música se chama "Nadia" e eu acho ótima, tem interpretação sublime:
E a seguir a versão original, numa apresentação de Nitin Sawhney e Reena Bhardwaj, de 2003. Pelos nossos padrões, temos uma primeira reação de estranhamento com a interpretação da cantora: os traços de seu rosto não são os que estamos acostumados, o tom da voz e as linhas rítmicas e melóticas estão em total "desacordo" com o que nos habituamos a ouvir. Mas eu achei excelente, ainda mais numa abordagem instrumental que mistura pop e eletrônico, mas é tocada ao vivo por músicos!
E a partir disso, estou conhecendo o trabalho de Nitin Sawhney e tenho gostado. É um pop, com influências eletrônicas e de batidas de hip hop - as referências são perceptíveis, mas ele evita os clichês. Tem músicas bem feitas e arranjos caprichadísmos. Uma grata surpresa. A seguir a música "Jorney" do disco Philtre, de 2005. Bela canção, com um clima cinematográfico:
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Radiohead e o quer pagar quanto
1) É bem mais "fácil" para o Radiohead fazer isso - já tem nome, apoio da crítica e ampla base de fãs. Não sei se uma banda iniciante conseguiria fazer o mesmo;
2) A iniciativa não consegue impedir a "commoditização" da música: é muita oferta e cada vez com mais livre acesso. Assim, o valor agregado da música cai cada vez mais para a massa de consumidores. A "doação" como pagamento só incentiva essa tendência;
3) De início pode surtir resultado. Mas como consequência do item 2, quanto mais artistas aderirem à iniciativa, menos os consumidores estarão dispostos a pagar - olha o excesso de oferta aí de novo.
Repito que é uma bela iniciativa, principalmente vinda de uma banda importante. Mas só com o tempo saberemos quais seu impactos.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
Música No Celular
O Imusica, que foi o primeiro site de venda on line do Brasil, percebeu isso. Não concordo com a venda por DRM, mas o site sempre esteve atento às novidades. Agora acena para a venda de assinatura por celular. É esperar para ver.
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Insetos e Ateísmo
Ou Deus existe, mas nenhuma das religiões acertou em Sua caracterização: Ele, na verdade, seria um piadista nato. Estereótipo do malandro, viveria no Rio de Janeiro e , flamenguista de carteirinha, não dispensaria cerveja, praia e balada. Curtiria um pancadão, Jorge Vercilo e micaretas, falaria ao celular no cinema e soltaria bombinhas para assustar idosos. Ou seja, Deus seria o Joselito.
Só assim para explicar um pernilongo no 5o andar de um prédio no centro poluído de São Paulo à uma da manhã.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Dream Theater - New Millenium
A música de abertura não me impressionou na época. Mas hoje considero "New Millenium" uma das suas melhores, com boas melodias, um trabalho instrumental soberbo, com riffs, licks e frases jorrando na música inteira - até mesmo pequenos vislumbres de grooves swingados, raros na banda. Esse vídeo da música, do DVD Live At Budokan, é muito bom. O baixista Jonh Myung toca um Chapman Stick. Clássico!
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Bjork no Tim Festival
Taí em show que eu queria muito ver: Björk. O problema é que será no TIM Festival:
1) Lugar ruim - acusticamente e na estrutura - para um show como o dela: Anhembi.
2) Preço absoluto: R$ 200,00 é muito, muito caro.
3) Preço relativo: R$ 200,00 reais:
- atrai mauricinhos e patricinhas (isso ainda existe...) que estarão lá mais pelo
"evento", quase nada pela música;
- Os duzentos são o preço normal. A área VIP é R$ 400,00. E provavelmente deve ser na frete do palco. Ou seja, pagando no "normal" você fica atrás da área vip;
- ter que, antes da Björk, aturar lixos "hypados" como Spank Rock e Hot Chip;
- levar de “brinde”, depois, a atriz/cantora Juliette Lewis e outros queridinhos da crítica, que não são nada mais que médios (e olhe lá...): Arctic Monkeys e The Killers.
É, acho que vai ter que ficar para a próxima...
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Golaço Argentino
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Blog Day
1) Subsolo2: nasceu para ser um site. A idéia morreu. Anos depois surgiu o blog. Ficou abandonado. Este ano eu e o Big resolvemos voltar à ativa e temos postado sobre assuntos diversos, mas eu foco em futebol, música e Internet.
2) Edu Carvalho: também fez GV, escrevia no Digestivo e agora tem esse blog interessantíssimo, em que fala de quase tudo. Meus posts preferidos são sobre negócios e Internet. Seu comentário Estadão x blogueiros é impagável.
3) Blog do César: descobri acidentalmente num comentário no blog do Daniel Piza. Acessei e gostei. Tem ótimo gosto musical e faz comentários inteligentes sobre séries de TV - algo raro.
4) Dagomir Marquezi: Acompanho ele na Info, lia na Revista da Web. Gosto dos posts de jornalismo e cultura. Posso ficar sabendo de seus projetos como uma peça de teatro que escreveu. Nunca saberia isso de outro modo.
5) A VC: Conheci graças ao já citado Edu Carvalho. O cara é um venture capitalist e mora em Nova York. Não tem nada a ver comigo. Mas os posts sobre negócios e Internet sempre têm um diferencial.
Living Colour no Via Funchal: 30/08/07
O Living Colour está virando, num certo - e bom - sentido, um Deep Purple. A banda de Ian Gillan, Roger Glover, Steve Morse, Ian Paice e Don Airey tem vindo ao Brasil a cada dois anos, período em que se repetem as mesmas bobagens na imprensa: notinhas enxarcadas de ironia - dinossauros, passou a época, blábláblá. Comentários padrão com pouco conhecimento de causa. E ainda assim eles enchem os shows, que nunca são menos que excepcionais; eu sempre acho que não pode ser tão bom quanto o anterior, mas é.
Com o Living Colour está acontecendo o mesmo. Retornou ao Brasil há 3 anos, depois de mais de 10. E essa semana nos visitou de novo - e repetiram a sensacional performance. A banda é incrível, consegue como raríssimas outras unir groove e peso, virtuose e canções certeiras. Todos os integrantes não são menos que fenomenais em suas funções, estudiosos e criativos - fica até difícil escolher um destaque. Corey Glover tem voz, carisma e presença de palco fantásticos, Vernon Reid une virtuosismo extremo a belos acordes e texturas sonoras, Doug Wimbish é baixista de um som volumoso e poderoso e o baterista Will Calhoun é sinônimo de groove, precisão e variações rítmicas. Aliás, a banda toda é ótima neste último quesito. Não à toa tem o nome que tem, pois o som é uma explosão de cores, contrapontos melódicos e rítmicos.
O show começou meio confuso. Tentaram tocar "Desperate People" por duas vezes. Na primeira, o microfone de Corey falhou. Na segunda, foi a vez da guitarra parar. O público, que encheu, mas não lotou o Via Funchal, vibrava até com os erros. Depois das duas tentativas, os integrantes fizeram uma mini-reunião e resolveram alterar a música. Foi então que entrou uma veloz versão de "Type", que pode ser vista aqui. O Living Colour tem dezenas de grandes canções, inteligentes musicalmente, com muita pegada, swing devastador e belas melodias. Enfim, musicas marcantes, sem perder a qualidade na execução.
Minhas preferidas no show foram algumas das minhas preferidas em disco: "Type", "Go Away", dedicada ao recém falecido fundador do CGBG, uma aceleredíssima "Time's Up", "Sacred Ground", "Love Rears Its Ugly Head", "Desperate People", a clássica "Cult of Personality" e "Elvis Is Dead", em que Corey Glover, antes de começar a música, chamou o público a gritar com ele "Elvis está morto!", em português, mesmo!
O triste é ter que ler essa matéria no UOL, que faz infeliz comparação do show com o game Guitar Hero, só fala do virtuosismo dos músicos sem sequer ressaltar a qualidade das canções e ainda erra, dizendo que o repertório do show foi calcado no disco Collideoscope, sendo que a única música desse disco foi "Sacred Ground", que já havia sido gravada anteriormente na coletânea Pride. Lamentável.
Outra coisa lamentável foi a atuação dos seguranças percorrendo a pista por todo o show e impedindo os fãs de filmarem com seus celulares. Um trabalho à toa para os funcionários, desagradável para os espectadores e inútil - brigar contra algo que já é realidade.
Para não ficar com duas situações ruins no fim do texto, indico aqui o vídeo deles tocando "Glamour Boys" no Jô, este vídeo de "Cult Of Personality" e a seguir a música "Type", para quem quiser conhecer mais a banda.
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
O Brasil precisa de iniciativas como essa.
Joost e eu: dificuldades.
1) Lentidão do programa: certamente no Japão, EUA e Europa o Joost deve rodar tranquilamente. Mas não consegui usar se algum outro programa estava rodando - mesmo que não estivesse aberto. Se aberto sozinho, funciona até que bem. Ainda assim, foi difícil de manejar as ferramentes com rapidez.
2) Imagem ruim: Com a banda larga do nosso pobre país a imagem ficou parecendo um streaming de cinco anos atrás, só que em tela cheia: imagem e transmissão picotadas. Quando minha conexão ficou mais estável consegui boa fluência de envio de dados, sem cortes, mas a imagem continuou ruim.
3) Busca confusa: Pelas dificuldades acima não consegui usar todas as ferramentas. Mas não gostei da busca. Os resultados não são precisos. Se eu busco "Guns n Roses" me é retornado apenas o clipe de "Welcome to the Jungle". Os demais resultados devem ser nomes de programas que nunca ouvi falar. Talvez até tenham Guns na sua programação, mas fica difícil saber.
Apesar desses problemas ainda não desisti! Mais comentários nos próximos dias.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Ofício x Formato
Futebol Irreal
Posso entender que seja um processo natural, que dinheiro gera dinheiro, que a inflação de números é que faz os clubes e jogadores ganharem mais, conseguirem patrocínios, cotas de TV e vendas de ingressos e merchandise maiores. Mas é difícil aceitar. Mesmo no Brasil, jogadores reclamam de receber R$ 30 mil por mês, que já é uma quantia altíssima, mesmo para uma profissão com tempo de trabalho pequeno.
O Brasil ainda está num estágio embrionário de futebol-negócio. Mas dificilmente conseguirá alcançar os Europeus. E não apenas por incompetência, baixa renda per capita ou o que quer que seja. Também porque as cifras do futebol atual estão irreais.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Dove Evolution
Foo Fighters - The Pretender
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
domingo, 5 de agosto de 2007
Guinga e sua Casa de Villa
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Ah, esses franceses
Vôlei, a prova
Essa seleção conseguiu a tal união de arte e tática; Bernardinho soube aproveitar o que de melhor há em seus jogadores, a rapidez e técnica, e conseguiu amenizar os pontos fracos, como a altura e tradição de fraqueza tática mudando a forma de jogo e treinando muito. Assim, criou uma escola: um vôlei absurdamente veloz, com grande variação de jogadas, que começa a ser imitado. Que o futebol se espelhe nisso.
Criatividade versus Objetividade?
Vexame?!?
A regra do futebol masculino no Pan era: jogadores até 20 anos, mais 3 acima dessa idade. Por coincidir com o mundial sub-20, o Brasil optou (assim como a Argentina) por mandar a seleção sub-17. E por mais talentosos que os jogadores fossem - e não são tanto assim, por mais chances que tivessem de conquistar o ouro, encontrariam grande dificuldade ao encontrar garotos de 20 anos. E foi o que aconteceu. O atacante equatoriano Zura, de 24 anos, parecia um gigante perto dos brasileiros e fez a diferença. E, afinal, o Equador acabou campeão.
Nomear a atuação da seleçãozinha de vexame e jogar carga desproporcional de pressão é um pouco demais para garotos de 17 anos.
terça-feira, 24 de julho de 2007
No Limite
Dificilmente saberemos o que realmente aconteceu entre Bernardinho e Ricardinho. Toda história tem ao menos duas “verdades”. Pelo pouco que foi possível tirar de declarações de ambos, é bem provável que tenha ocorrido um “arranca-rabo” daqueles, aliado a um real desgaste de convivência. Bernardinho pode ter visto em Ricardinho uma liderança negativa, que poderia prejudicar o grupo. Ou pode ter sido uma crise de ego do técnico. Ou de estrelismo do jogador. Ou tudo isso. Ou nada disso. São muitos ou, ou, ou, e se, se, se – pura especulação. Claro que não foi muito bonito o modo como foi feito o corte, mas não imagino que teria sido melhor por telefone.
domingo, 15 de julho de 2007
Don't cry for us Argentina...
Scoop
No filme o diretor volta a atuar e está hilário; os diálogos estão afiados com sacadas inteligentes. No filme há uma boa observação: a personagem da nova musa de Woody Allen, Scarlett Johansson, durante uma investigação, é envolvida e se apaixona por um assassino, mas custa a acreditar que ele é, de fato, culpado: como pode um homem tão fino, educado, da alta sociedade cometer um crime frio e premeditado? Ela tenta se auto-enganar, dizendo que as provas não são suficientes. Mas a verdade é que a aparência, o status dele é que a faz esquecer a culpa, e não os fatos. Bela observação da sociedade. Ponto para Allen, sempre preferindo a inteligência, mesmo quando não faz o seu melhor.
terça-feira, 10 de julho de 2007
Zodíaco
Tipo de filme que gosto. Toda cena é importante e filmada com cuidado; os detalhes são tão vitais quanto o todo. É um filme “completo”: grande direção, fotografia, roteiro, texto, atuações marcantes. Não é um filme, digamos, para todos, pois é longo e lento – é preciso gostar disso, ou ao menos não ter restrições quanto a isso. É menos um filme sobre assassinatos em série e mais um filme sobre a obsessão de quem se deixou levar pela busca ao assassino; passa ao espectador a angústia de quem se envolveu – ou quis se envolver – no caso do assassinato em série, que não foi resolvido até hoje.
O diretor David Fincher – de Seven – realmente sabe como criar um clima!
quinta-feira, 5 de julho de 2007
Tudo por uma bunda
Assisti "O Cheiro do Ralo". Achei interessante a ridicularização da ganância, do dinheiro e de símbolos de status e poder. O personagem do Selton Mello é – perdoem a palavra – um bosta, obcecado por coisas materiais (toscas), que vive de comprar quinquilharias, explorando desesperados. E se acha o máximo por isso – me lembrou de muita gente que não quer ser, mas mostrar: seja uma casa, um carro, um emprego ou um filho.
segunda-feira, 2 de julho de 2007
Porque gostamos de futebol
Ainda sobre o NoMínimo
sexta-feira, 29 de junho de 2007
O Fim do NoMínimo
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Baixio das Bestas
O universo do cinema de Cláudio Assis já foi mostrado no bom Amarelo Manga: pobreza, marginalidade, hipocrisia, violência, sexo, decadência. Dessa vez, ao invés de retratar a Recife urbana, mostra uma comunidade no interior do Pernambuco, ainda presa aos vícios da economia latifundiária da cana, já decadente. Ali, um universo de de aparente marasmo permeado por comportamentos conturbados.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
A Torcida Grita
Danilo Moraes e Ricardo Teté venceram o conturbado Festival da TV Cultura de 2005 e, para receber o prêmio, foram contemplados por sonoras vaias pelo público, que já tinha escolhido seu “próprio” vencedor. E é isso o que acho mais chato em festivais: a torcida, que defende suas preferidas por serem supostamente “de qualidade”, mas mais se aproximam de arruaceiros torcedores de futebol do que amantes da música com bobagens como vaia, xingamentos e gritos de ordem. Prêmios valem para os que ganham, mas o que vale mesmo é a apresentação de novos artistas e músicas. Controvérsias a parte, a dupla lançou A Torcida Grita, que apresenta músicas melhores que “Contabilidade”, a vencedora. Os jurados miraram na música e acertaram no disco. Nem sempre (quase nunca) a voz do povo é a voz de Deus.
Ouça “Viva a Vaia”: