segunda-feira, 25 de junho de 2007

Cão Sem Dono


O novo filme de Beto Brant (veja trailer), em parceria com Renato Ciasca, está sendo aclamado pela crítica especializada. É basicamente um filme sobre o nada, uma sucessão de eventos banais (com poucas exceções). Achei isso interessante: a forma como os diretores montaram uma série de fatos sem importância e construíram uma história, mostrando intimidades e flashes do cotidiano. Mas acho que está sendo superestimado.

Estou com um pouco de preguiça de filmes brasileiros “intimistas”, com a câmera na mão meio bamba, atores semi-profissionais – e nesse filme, as atuações são fracas, faltou algo; podem até dizer que a intenção foi essa, mas acho que passou do ponto. O final, então, é uma das coisas mais constrangedoras que já vi. Não achei nenhuma cena realmente memorável – há, claro, boas cenas, como o pai contando sua história de excessos, os pais desesperados “salvando” o filho, as cenas de paixão (para não dizer fornicação), mas nada realmente brilhante.

E me perdoem o machismo agora: é claro que é bom ver uma bela mulher nua. O problema é que os filmes nacionais atuais parecem ter necessidade de mostrar gente pelada e cenas de sexo, quase uma “pornochanchada cult”. É claro que há casos em que a nudez faz parte; Cão Sem Dono é um deles – as cenas íntimas nos fazem entrar na paixão do casal. Mas quando muitos filmes “sérios”, “de autor” começam a apresentar isso, começamos a questionar esse efeito “peladice” nos filmes brasileiros. Enfim, acredito que o saldo de Cão Sem Dono é positivo, mas não tanto quanto dizem.

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