quinta-feira, 28 de junho de 2007

Baixio das Bestas



O universo do cinema de Cláudio Assis já foi mostrado no bom Amarelo Manga: pobreza, marginalidade, hipocrisia, violência, sexo, decadência. Dessa vez, ao invés de retratar a Recife urbana, mostra uma comunidade no interior do Pernambuco, ainda presa aos vícios da economia latifundiária da cana, já decadente. Ali, um universo de de aparente marasmo permeado por comportamentos conturbados.

Também entra na categoria “cinema de peladice”. Se a maioria das cenas de nudez se encaixa na proposta do filme, achei algumas gratuitas. E, como em Amarelo Manga, é preciso estômago: há três cenas de estupro e vários momentos de exploração infantil.

Achei pelo menos 2 cenas brilhantes: a de abertura e a de encerramento, quando amigos conversam olhando a chuva, numa aparente calmaria, em contraponto ao desfecho da história. Também interessante a do acidente do avô.



Impossível não comparar Baixio das Bestas com Cão Sem Dono, já que são dois filmes recentes elogiados, e que vi com poucos dias de diferença. Prefiro Baixio, que acho mais “completo”: atuações marcantes (incluindo Irandhir Santos, brilhante tanto coadjuvante no filme quanto protagonista em Pedra No Reino), bela fotografia, um filme mais definido, memorável. Mas, certamente, são dois filmes marcantes para o cinema nacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário